O Compasso

Músicas "A Terra Gira" e "Para a Frente é que é Lisboa"

- Apreciação Crítica - 


     A música "A Terra Gira" d'Os Quatro e Meia tem um significado pessoal muito especial para mim. Remete-me para o movimento de rotação da terra como algo que não está a acontecer no sentido correto, ela "gira em contramão" e isto acontece porque nos preocupamos demasiado todos os dias com o stress, "corremos até nos faltar o ar" e acabamos por nos esquecer de valorizar as coisas mais simples que o mundo nos oferece. A "vida vai ficando para depois" e quando finalmente aproveitamos um bocadinho da simplicidade do que ela nos dá, "logo chega a hora de acordar".

     Outra música desta banda com a qual me identifico bastante intitula-se de "Para a frente é que é Lisboa". A energia da melodia e da letra contagiam-me e conseguem envolver-me na música e aproveitar efetivamente "ao segundo, tudo aquilo que este mundo faz p'ra me surpreender".

     Considero que as duas músicas estão bastante relacionadas uma com a outra na medida em que uma apresenta a crítica de "o mundo segue sem olhar para nós, queremos tudo mas vivemos tudo a sós"; e a outra dá a solução "escolho o meu melhor sorriso, e aceito o improviso que o meu dia vai trazer".

A Terra Gira 

Eu não sei
Nem como, nem quando, aqui cheguei
Sem saber
Dou por mim a viver a correr

E o mundo segue
Sem olhar para nós
Queremos tudo
Mas vivemos tudo a sós

A terra gira em contramão
Ficamos tontos sem direção
Corremos até nos faltar o ar
E a vida vai ficando para depois
E continuamos os dois a sonhar

Mal me vi
No caminho até chegar aqui
Sem contar
Corro às cegas
Sem saber onde chegar

E o mundo segue
Sem olhar para nós
Queremos tudo
Mas vivemos tudo a sós

A terra gira em contramão
Ficamos tontos sem direção
Corremos até nos faltar o ar
E a vida vai ficando para depois
E continuamos os dois a sonhar

E mal nos encostamos aos lençóis
Com a Lua iluminando este T2
Num instante, adormecemos os dois
Mas logo chega a hora de acordar.

Para a Frente é que é Lisboa

Ergo-me da cama que me aquece, que me prende
Que me trama se me chama p'ra dormir
Saio sem demora, já é hora de no escuro
Lá de fora o sol resolver surgir

E acordo sonolento, rabugento
Ruminando um lamento por ter de ir trabalhar
Mas penso positivo e concluo que estar vivo
É motivo mais que bom p'ra me animar

E então saio de rompante, torno-me mais confiante
Vendo o dia amanhecer
Escolho o meu melhor sorriso, e aceito o improviso
Que o meu dia vai trazer

Aproveito ao segundo, tudo aquilo que este mundo
Faz p'ra me surpreender
Levo o dia numa boa, que p'rá frente é que é Lisboa!
Sinto-me de bem com a vida, seja o que tiver de ser!

Hugo Gomes Sousa | 3.º ano da Licenciatura em Educação Básica | 2019/ 2020
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